Qual foi a última vez que você se deu um presente? Presente mesmo, na melhor – e talvez única – acepção da palavra. Que tenha contado com o ritual da busca por algo especial, a escolha final entre duas ou três opções, ou então o martelo batido logo na primeira, É esse! Pensar na melhor cor e não no melhor preço. A felicidade ao mandar embrulhar para presente. Tudo isso para a pessoa mais batuta que há: você.
Diz aí. Quando foi?
A gente costuma chamar de presente próprio o que, no fundo, não passa de suprimento de necessidade. Algo que se empurrou com a barriga um tempão, para um belo dia resolver, Vou me dar um aparelho celular decente. Ou: Estou precisando de meias novas. Isso não é presente para si. Nem aqui nem na China.
Auto-presente bom mesmo é aquele que você ama, sonha e namora todos os dias. Uma coisa que você tem certeza que pode mudar sua vida (ou pelo menos uma parte dela). Algo que talvez só você saiba o quanto merece. Pode ser objeto. E pode não ser. Um intervalo de dez minutos no trabalho para enfiar os pés na fonte da praça, a dois quarteirões do escritório. Libertar os cabelos do eterno rabo-de-cavalo, onde eles vivem confinados só porque não são como você queria. O pedido de demissão por justa, mais que justa, causa própria. Vale tudo para descobrir com quantos sentimentos se faz um presente.
Há quem reconheça uma verdadeira dádiva em tudo. Passar na avenida um minuto antes do acidente. Não se lembrar, de bate-pronto, da última vez que precisou levar o filho ao pronto-socorro. Poder comer qualquer coisa que der na telha.
Bobo dizer, mas o fato é que a vida já é um presente e tanto. Para ser usado todo dia, bem à mostra. Para dizer ao primeiro que aparecer: Olha o que eu ganhei.
Está difícil lembrar? Então, por favor: tarefa número um para a semana que acabou de começar. Depois passe aqui para contar.
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