Parecem estátuas, enfeites para fisgar olhares dos transeuntes. Porque assim, encarando-se, uma distância pequena entre um e outro, sabe-se logo que se há intimidade envolvida entre eles. Uns pensam que o artista, ao criar sua obra, soube expressar sentimento como poucos. Há amor ali. Outros, ao olharem de perto, depois de se embevecerem com a perfeição da obra, assustam-se ao perceber a respiração deles. Ao percebê-los humanos. E há quem jure, por deuses, e por seus pais, que são artistas talentosíssimos, certamente estrangeiros, dedicados à arte da estátua viva. A verdade é que ela foi até o parque conhecer aquele por quem se apaixonou, depois de horas de conversa pela internet. E ele contrariou suas crenças ao ir até ali encontrar a mulher pela qual se apaixonou, depois de horas de conversa pela internet. E o que os deixou assim, íntimas estátuas vivas, foi que ao pousar um o olhar no outro, reconheceram-se. Agora, eles não sabem quem são: amantes virtuais ou amigos de infância.
Últimos posts por Carla Dias (exibir todos)
- RETRATO - 26/07/2016
- SIM - 09/07/2016
- SOBRE CELEBRAÇÕES - 21/06/2016