Recém-divorciado, 50, namorava moça alegre, bonita, corpo perfeito, 22 anos. Um deja-vú. Buscava a jovialidade distante. Ela, a experiência dos cabelos grisalhos e, claro, segurança financeira. Divertiam-se muito, jantares caros, presentes idem. Sexo frequente. Ele, maduro, cuidava para não se apaixonar. Ela queria casar. Em viagem a Maceió, nas quentes areias da Praia do Francês, bronzeavam-se aos beijos e abraços quando uma cigana se aproximou. Perguntou se ele queria que lesse a sua mão: 20 reais. Ele recusou. A moça insistiu – queria saber o futuro. Entediado, estendeu a mão à cigana. Ela olhou as linhas cuidadosamente: “Você já se casou duas vezes.” Ele sorriu – as chances dela acertar o palpite eram boas. E insistiu: “Mas vai casar mais uma vez ainda. E logo.” Os olhos da menina se encantaram e ela abraçou-o carinhosamente. A cigana então disparou, apontando a jovem: “Mas não com ela.” Realmente, ele se casou uma terceira vez e permanece casado há mais de quinze anos. Com outra.
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