Era uma vez… Espera, já foi. Rodou o vestido. O salto do sapato quebrou e ela ficou fula da vida. Ergueu a espada. Mas, diacho, a dita era tão pesada, que ele preferiu se apoiar nela, tipo enfeite. As crianças corriam de lá para cá, algumas com seus narizezinhos escorrendo. A funcionária corria atrás delas com uma caixinha de Kleenex. Não conseguiu alcançar criancinha que fosse, já que passou a noite confeccionando tecidos com as estampas preferidas da patroa, método silk-screen. Nesse palácio não há serviçais destinados cada qual a sua cada coisa. É preciso ser faz-tudo, que aqui se faz de tudo, aqui se paga: hospedagem e alimentação, que os patrões são contra vale isso e vale aquilo, e completamente a favor de saírem no lucro. À noite, a honrada rainha veste seu preferido De La Renta para visitar seu preferido faz-tudo. O rei se hospeda na cozinha, servindo-se de toda cerveja que consegue beber, até cair. As crianças, a funcionária colocou para dormir. The end.
Imagem: Woman Man © Wilfredo Lam
Últimos posts por Carla Dias (exibir todos)
- RETRATO - 26/07/2016
- SIM - 09/07/2016
- SOBRE CELEBRAÇÕES - 21/06/2016