Ele sempre mantinha uma opinião sobre o que, supunha, pensavam a seu respeito. Suposições talvez paranoicas, irreais, ilusórias. Essa paranoia desempenhava importante papel nas relações que travava com os outros, e mais ainda: sua paranoia era essencial para compreender qualquer pessoa. O que mais temia era incapacitar-se na captura das impressões alheias, caso o influenciasse alguma fonte misteriosa que descredenciasse seu medo. Intuir o próximo, acolhê-lo, pressupunha a compreensão (in)exata do golpe que receberia. Íntimo, o mundo ao redor dele o olhava de viés, sem nunca perder o tiro.
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