Desde pequena ouvia falar de Santo Antonio, mas como cresceu moça de pouca fé, jamais arriscou um pedido. Também não lhe faltavam pretendentes, que era bonita, estudada e prendada, e, de fato, nunca pensou em incomodá-lo para se valer de seus benefícios casamenteiros. Só que naquele ano a solidão era tanta que, de repente, ela começou a sonhar com o frade simpático, cuja réplica descansava na cômoda do quarto da avó. Convidada para a festa em sua homenagem, pôs-se a pesquisar o franciscano de inteligência notável e morte precoce, e se encheu de encantos pelas lendas que o intitulavam um “Doutor” de rara bondade. Elevada por aquele espírito iluminado, tomou-se de estranha urgência e só descansou quando mil buquês de amor, retalhos e tules ficaram prontos. E naquele dia treze, ela e a avó distribuíram tanta esperança, que hoje, mais de vinte anos depois, sua memória ainda abarca todos os sorrisos e beijos que recebeu como paga.
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