Então, conte-me mais sobre você – perguntou com uma voz suave, tentando seduzi-la. Ela não pareceu seduzida; pôs-se a falar: “Bem, eu não sou uma pessoa de muitas certezas e se eu começasse a afirmar uma porção de fatos sobre mim, estaria mentindo para você. Sou uma pessoa de incertezas. Não tenho nada favorito, nada predileto. Ainda não sei se acredito na ideia de céu e inferno, anjos e deuses, ou se passo a me preocupar com essa vida, sem a expectativa de outra depois da morte. Não confio em cachorros, mas acho que os humanos acabam sendo mais perigosos. Não acredito no governo, mas temo que uma vida sociável sem um seja impossível. Tenho medo do mar, ainda que um dia eu queira morar em frente à praia”. Ele, meio surpreso com aquele jato de informações cuspido na mesa do restaurante, soltou um: Nossa, como você é interessante! Em resposta, meio desiludida ou mesmo sem certeza sobre o que sentir por aquele cara, ela disse: “Não tenha tanta certeza assim”.
Natalia – Fabian Perez
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