Não sei se já falei aqui sobre quando convivi com uma pessoa com AIDS até sua morte sem saber que essa era sua doença, lá nos meus idos 15 anos – só alguns anos depois, quando a síndrome explodiu pelo mundo, é que conhecemos o que ela efetivamente representava, além de seus sintomas e gravidade, e eu juntei os pontos. Naquela época, a informação não era ao vivo nem online e as Histórias do mundo demoravam a cruzar oceanos.
Mas muita gente se lembra do ano de 1984, quando Margaret Tatcher estava no poder e os mineiros entraram em greve. Com sua conhecida mão de ferro, ela estava decidida a minguar as forças dos grevistas com total privação financeira.
O “orgulho gay” dava seus primeiros passos em Londres, com alguns pequenos grupos ‘mostrando a cara’. Um desses ativistas idealizadores, provido da urgência de fazer algo pelo mundo, juntou seu bando e decidiu arrecadar dinheiro e comida para enviar às famílias dos mineiros; assim, eles viajaram até o País de Gales, rumo a uma pequena aldeia, para entregar pessoalmente as doações – que vinham mais de gays e lésbicas, mas também de héteros solidários às duas categorias.
Não é difícil adivinhar: alguns membros da União Nacional dos Mineiros ficaram bastante constrangidos – pra dizer o mínimo – em receber esta ajuda – mesmo sendo a única que vinha para alimentar seus filhos e dar alguma dignidade à situação.
Mas é assim que começa a história improvável de dois grupos que não tinham nenhuma relação, e se uniram em prol de duas causas absolutamente diferentes. O filme “PRIDE” conta esse drama nos dando uma bonita imagem da trajetória sempre difícil dos excluídos e discriminados pela sociedade, mostrando que, afinal, somos todos humanos. Mais nada.
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