Ele nunca fez parte do grupo de pessoas que prepara listas de metas ou desejos para o novo ano. Acredita que tal movimento só vale para pessoas disciplinadas e persistentes – não é uma coisa nem outra. Seus dias são sempre uma surpresa e pouca rotina os guia – o que considera um milagre: programação nunca foi seu forte. Como também não é uma pessoa ansiosa, nem das que cria expectativas, tudo que lhe chega é aceito sem grandes arroubos. Não é dado a desatinos nem paixões – ele anda pelo caminho do meio. Mas uma coisa o afeta profundamente: as tragédias sem sentido – para elas, nunca esteve preparado. Então, quando naquela manhã a irmã gêmea deu-se o tiro fatal, ele pensou que não sobreviveria com aquela dor. Ante a notícia, ficou parado com o celular na mão e quando alguém falou com ele de novo, pensou que estava dentro de um pesadelo sem fim. Depois dos protocolos finais, continuou pensando que ainda ia despertar daquele sonho ruim, mas nunca mais saiu de dentro daquela angústia.
| Débora Böttcher |
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