RECEITAS

PAVLOVA DESCOMPLICADA – E A CULPA É DO CREME BRULÉE

Quando penso em fazer um prato que ainda não fiz, tenho a mania de pesquisar um sem número de receitas e, muitas vezes, pego uma parte de cada uma, e monto uma inteira que tenha mais a minha cara, sempre priorizando a praticidade. Assim eu fiz com esta Pavlova, que eu já tinha provado em alguns lugares mas ela sempre me parecia ou doce ou delicada demais.

Mas, eis que o inverno chegou e minha cozinha teve uma avalanche de pedidos de Creme Brulée, que leva gema e baunilha como se não houvesse amanhã. E o que fazer com as claras? Sim, o Bolo dos Anjos e o velho e bom Pudim de Claras sempre são boas opções mas…

Em homenagem à bailarina russa Anna Pavlova, esta Torta é crocante por fora, macia por dentro, e é tradicional no Natal da Austrália e Nova Zelândia.

Em homenagem à bailarina russa Anna Pavlova, esta Torta é crocante por fora, macia por dentro, e é tradicional no Natal da Austrália e Nova Zelândia.

Que tal uma Pavlova?

Foi aí que nas minhas andanças investigatórias, descobri primeiro a mini Pavlova — que muito me agradou — e depois, encontrei uma feita igualzinha à mini, só que em tamanho giga e o melhor: não parecia tão doce. Fui pra cozinha sem medo porque claras sobrando e um pouco de açúcar não são propriamente um desperdício, né!? O resultado ficou excelente (modéstia à parte) especialmente pra uma primeira vez. E foi incrivelmente fácil. Então, chega de papo e vamos à receita?!

Separe:

6 claras
1/2 limão
250g de açúcar confeiteiro — preste atenção: precisa ser o confeiteiro!
Forma revestida com papel manteiga

Batedeira em punho, espume ligeiramente as claras. É bem ligeiramente mesmo porque antes de começar a trabalhar esse suspiro, pingue umas 8 gotas de limão (eu usei o siciliano mas pode ser o que você tem em casa). Bata até ficar mais firme e então comece a colocar, aos poucos e de-va-gar!, o açúcar Confeiteiro. Bata sem pressa, até ficar em ponto de suspiro — que é quando a massa está tão firme e não cai mais do batedor.

Pegue uma espátula e faça um circulo (em forma revestida com papel manteiga) do tamanho de um prato grande, e ‘trabalhe’ este disco fazendo uma borda mais alta pra que, no meio dele, se faça uma depressão (onde vai o creme).

Coloque no forno pré aquecido na temperatura mínima. A maioria das receitas que eu li, pediam 150 graus, mas eu usei 180 que é o mínimo do meu forno a gás. O suspiro vai ficar assando por 1h +ou-dependendo do forno. Fique de olho: estará pronto quando ficar douradão por fora, como na foto.

Eu poderia ter feito dois discos grandes, como manda o protocolo mas, preferi fazer as mini pavlovas pra testar e juntar as duas receitas num único efeito. Foi o que fiz: igualzinho ao disco grande só que em mini circulos na forma revestida com papel manteiga, preparei 6 ‘pavlovinhas’. Esta forma, coloquei na grade de cima do forno e retirei uns 20 minutos antes da anterior com o disco grande. Coloque as formas em um local mais aquecido da cozinha pra que esfriem gradualmente.

Daí fui bater o creme no liquidificador com:
1 caixa de creme de leite
1 copo de iogurte natural sem açúcar
6 a 7 colheres de sopa de suco de maracujá concentrado
Açúcar a gosto. Coloquei o mínimo possível — fui provando — pra contrastar com o doce do suspiro.
Leve pra gelar.

Para montar:
Coloque o creme gelado no meio do disco grande. Sobre ele, disponha as mini pavlovas e preencha todas elas com o creme. Decore com muito morango, e frutinhas vermelhas, meio “jogadas”, assim mesmo, sem muita simetria. Eu usei jabuticaba que deu um efeito legal e um azedinho gostoso. Você também pode fazer uma calda de maracujá ou de frutas vermelhas e colocar por cima de tudo, pra finalizar. Decore com as folhinhas do morango ou com hortelã se você preferir.

E chame os amigos pra dividir a sobremesa. Ela rende que é uma beleza e seu sabor é infinitamente melhor quando servida no mesmo dia, sem precisar de geladeira.


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Claudia Letti
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Claudia Letti

Claudia Letti

Jornalista, Escritora, Chef e Astróloga. Vive no Rio de Janeiro.