REFLEXÃ0

O PERIGO DO FANATISMO NA POLÍTICA

fanatismoNo país do futebol e Carnaval, tudo tem torcida. Demorou, mas isso chegou também na política – e a expressão “tomar partido” nunca fez tanto sentido como agora. Mais do que a ideia de direita, esquerda, centro; mais do que o posicionamento entre socialismo, liberalismo ou qualquer outro regime político; mais até que situação e oposição, o que temos no Brasil é efetivamente a bandeira do partido, seja ele qual for.

Assim como no futebol, amar tanto um partido, torcer por ele e defendê-lo pode causar cegueira. Não é incomum encontrar pessoas auto intituladas PETISTAS buscando justificativas para as irresponsáveis decisões da atual presidente do país, fazendo vista grossa para cada erro cometido, cada real roubado, cada ladrão que saiu impune. Em contrapartida, encontramos “as viúvas de Aécio”, que por alguma razão ainda desconhecida acreditam piamente que ele é imaculado e inocente de todas as acusações possíveis.

Ora, ser um povo politicamente ativo é pensar no coletivo e exigir projetos que atendam a todos os cidadãos. O que acontece no Brasil é que o brasileiro politicamente ativo é aquele que faz passeata mas não invade prefeitura ou qualquer outra sede de governo; o que ele faz é brigar com o outro cidadão que “torce” (por falta de palavra melhor) para o partido da dita oposição. O senso crítico, duramente suprimido por todos os governantes que já sentaram na cadeira presidencial, hoje não serve de nada. Em vez de discutirmos política e construirmos algo bom para a população, estamos nos matando enquanto todos os representantes do povo trabalham de terça a quinta, com o custo de dois mil e quinhentos professores, e rindo às nossas custas.

Quanto ainda irá demorar para que se perceba que não há direita, esquerda, centro, socialismo ou liberalismo no Brasil? Quanto tempo levaremos para que tenhamos consciência política e LÍDERES VERDADEIROS para fomentar movimentos pró-cidadão INDEPENDENTE da preferência política? Até quando iremos aceitar os desmandos desses “representantes do povo”, que lutam por não mais que seus próprios interesses?

No fim, a pátria educadora não faz nada além de repreender o pensamento e o desenvolvimento de opinião. Não há investimento na educação básica e estão retirando o pouco que havia sido feito pelo ensino superior. Os direitos trabalhistas, que só seriam alterados no dia em que a vaca tossisse, observaram o ruminante pegar uma tuberculose, aparentemente sem cura. O fantasma da inflação, que jamais iria voltar a esse país, assusta todas as casas, cada cidadão, que presenciou estarrecido o dólar chegar a três reais.

Não são acusações levianas – são fatos. Estamos assistindo de braços cruzados ao colapso econômico, social e político de um país que poderia ser potência. Enquanto o Brasil desmorona, torcedores se matam nas ruas e os partidos continuam fazendo o que sempre fizeram melhor: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e arquivamento de processos. Não há nenhum problema nesse país, não há inflação nem crise financeira.

Viva o país da MaraDilma.

Catharina Melo
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Catharina Melo

Catharina Melo

Formada em Administração de Empresas. Entre tatuagens e rocks mais antigos, descobriu uma grande paixão pela escrita. Sua produção está mais voltada para poesias e pequenas crônicas com temáticas políticas e devaneios amorosos. A internet foi o mundo da publicação, ganhou visibilidade com o texto "Imagina que louco", extremamente compartilhado na época das passeatas de 2013. Vive em Portugal, com o marido e o primeiro filho; o coração está em Fortaleza.