O imaginário dos Contos de Fadas permeia nossas vidas desde a infância. Por isso, não é nada incomum que muitas de nós se veja acompanhando a festividade e os desdobramentos em torno de uma Princesa – real, em pleno século XXI (quem poderia imaginar que existiria?).
É bom que se diga que emocionar-se diante do tema não tem nada a ver com a luta em relação às mulheres: é permitido enternecer-se e combater na mesma medida.
Do casamento do ano (19 de Maio de 2018), difícil escolher a melhor foto. Meghan Markle – que recebeu o título nobre de Duquesa de Sussex – chegou aos palácios num dia ensolarado em Windsor, nos arredores de Londres, esbanjando simplicidade, elegância, calma e felicidade no olhar.
Impossível não se comover com as primeiras palavras doces de Harry para Meghan no altar, as flores e os jardins, a abadia, o coral, a imponência dos castelos, o discurso amoroso do Reverendo americano Michael Curry. E o amor no olhar de ambos.
A ex-atriz americana entra para a realeza quebrando protocolos – começando pelos seis minutos de atraso! – e mostrando que, definitivamente, o mundo está mudando.
Meghan Markle insere na dinastia da coroa inglesa sua descendência de escravos – tendo sido a Inglaterra uma das nações com maior atuação no comércio negreiro entre os séculos XVII e XVIII.
Mas não deixa de surpreender também ver uma mulher ativista, feminista – desde criança! -, razoavelmente famosa, bradando contra todo tipo de preconceito, que tinha mais de um milhão de seguidores nas redes sociais (teve todas as contas fechadas) – e as usava como uma bandeira para suas causas, além da exposição natural às atrizes da atualidade -, aceitar que, daqui pra frente, terá que calar-se, conter-se, comportar-se com regras rígidas – menos rígidas para ela, já que Harry é o sexto na linha de sucessão (mas mesmo assim rígidas) -, como andar dois passos atrás de seu Príncipe e não mais demonstrar afeto em público.
Bem sabemos que o amor tem um poder enorme na vida das pessoas, que Meghan não é uma garotinha cheia de ilusões – muito pelo contrário -, e que sabe muito bem as atribuições que teria que assumir ao se unir a um membro da realeza. Sua chegada dá um novo fôlego à coroa – que vive na corda bamba de parte do País, que pensa ser a Monarquia absolutamente dispensável -, e sua presença singela e delicada soma-se à leveza de Harry, o mais querido dos membros reais pelo povo, ampliando o número de simpatizantes e fãs.
Mas não será todo esse aparato arcaico um peso enorme para uma mulher tão vibrante e cheia de ideias e ideais?
Quando penso que Lady Di, uma professorinha pacata e sem grandes ambições, num tempo que não havia internet – e nem sombra desse mundo globalizado de agora -, não aguentou tanta clausura e imposição, fica impossível não questionar se Meghan, que sempre se mostrou à frente do tempo, conseguirá se manter nessa condição – por maior que seja seu amor e por mais deslumbrante que seja fazer parte da Coroa.
Essa é a questão mais misteriosa pra mim – e que só o tempo poderá responder…
Entretanto, como ainda acredito no amor, desejo que a vida para ela seja doce e que sejam felizes. Para sempre, até o fim…
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