Colocou-se de noiva: naquele dia, decidiu que se casaria com alguém. Seguiu para a igreja matriz, em frente à praça principal. Postou-se firme na escadaria aguardando àquele que lhe juraria amor eterno. O vestido, pela manhã, era nude; ao meio-dia, já não mais havia qualquer vestígio de luz: foi se tornando cada vez mais alaranjado, até que sumiu com a chegada da noite sem lua, minguante. Largado numa das paredes de pedra da catedral, um homem sem forma: mendigo. Ofereceu-lhe uma nota: “Casa comigo?” Ele levantou os olhos devagar, deu um sorriso banguela e, segurando-lhe a mão, conduziu-a para uns goles no bar da esquina.
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