A moça prende os cabelos pra cima, numa presilha grande e ocre, que já não aguenta mais o roçar dos fios sobre o ombro. Pensa em cortá-los como na infância – quando vaidade era extravagância dispensável. Anda a envelhecer, conclui… A moça acorda tarde. A madrugada transformou-se num dia sem fim e ela não consegue dormir. Ouve estrelas, namora o vento e na hora mais fria da manhã, põe-se na varanda para ver o negro do céu transformar-se em rosa e então ficar azul – só depois o coração fica em paz… Tem visto o tempo se misturar: passado, presente e futuro numa memória única. Sente saudade, medo, angústia, alegria. Vive entre o riso e a dor, tentando espiar o amanhã. A moça é pura contradição… Amante das cores, gosta do arco-íris, da palidez dos tons fracos, da força dos vermelhos, e desenha, com os vidros, no brilho dos cristais, o sonho de beleza de alguém. A moça tem o olhar furta-cor… {Que moça é você?}.
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