Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande.Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito.
Martin Luther King
* Trecho de discurso dado em abril de 1960, na faculdade Spelman.
Em 2023 eu tive que reaprender a respirar. Cada vez mais fundo. E novamente tive que lidar com crises de tristeza e angústia. Com a impotência e a culpa.
O nome de 2023 pra mim foi dor. Pode parecer estranho resumir o ano a isso, mas não encontrei outra palavra, e me foi impossível sentir o “clima de alegria e esperança”, próprio das passagens de ano.
Em 2023, depois de muito tempo, fui jogada de volta àquelas dores que não tem nome, nem controle: arrasam, deixam sem ânimo, sem vontade, sem perspectiva – tempos em que amanhecer é um tormento; anoitecer, uma selva.
E a dor é um processo solitário. Com quem, de fato, podemos compartilha-la? Quem a entende? Nesse contexto, o distanciamento se mostra como única saída. A gente vai seguindo um dia após o outro, um dia de cada vez, trabalhando, executando tudo com aparente normalidade, fazendo de conta que a melancolia está sob controle. Raramente alguém percebe os vazios…
Outro dia, nas redes sociais, uma imagem perguntava “se 2023 tinha me feito mais feliz ou mais forte”. Nenhum dos dois. 2023 se esvaiu sob o manto daqueles tempos que se quer esquecer, mas se cravam na memória – minha sensação, aliás, é a de que se eu envelhecer com alzheimer, lapsos desse ano vão me trazer de volta pra essa sensação obscura, feito uma lua negra.
Mas já estamos em 2024 e a vida não dá trégua – segue impassível, e a gente tem que seguir junto. Aos trancos e barrancos ou em plenitude, a aventura está em sobreviver aos caos e buscar jeitos de ser feliz.
Sigamos, portanto. E que o novo ano nos seja uma Lua Cheia – de realizações.
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