Não fosse porque a vida é sempre uma surpresa, e os dias poderiam se arrastar em interminável desespero. Não é dizer que se deixa levar por dores e tristezas, mas perguntas como ‘De onde viemos?’, ‘O que estamos fazendo aqui?’ e “Para onde vamos?’, vez ou outra lhe assolam a alma em intensos sobressaltos. Fora os pesadelos da noite, esses intrusos, forasteiros do escuro, que roubam o sono e a fazem acordar num solavanco de medo – que não dá pra dividir e só a si mesma admite, sob pena de que todos tenham certeza da loucura que a habita. Mas como não ter medo num mundo onde a tragédia nos espreita pelas brechas, pelos cantos, pelos poros? Entretanto, saber que tudo é como é, lhe dá alguma remota esperança em dias calmos e com contratempos mais razoáveis – apesar de seu interior viver em turbulenta taquicardia e ela não ignorar que, qualquer dia desses, ainda possa morrer de um silencioso ataque de nervos ou de susto.
| Débora Böttcher |
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