Caos é o que define a quinta semana de isolamento – que começou no domingo, 18, com o Presidente tossindo sobre manifestantes na Esplanada dos Ministérios: gente com cartazes pedindo intervenção militar, a volta do AI5, a derrocada do Supremo, o fechamento do Congresso.
Em São Paulo, fração dessa gente de bem também se pronunciou na Paulista e depois seguiu em carreatas pela zona sul, em avenidas que concentram grandes complexos hospitalares.
É uma gente que não tem a menor reverência pela morte, pelos doentes, uma gente que faz barulho como se tivesse numa festa em plena pandemia.
Quando vejo essas pessoas pelas imagens da TV – sorrindo, bradando com bandeiras pelas ruas, caminhando felizes – não consigo evitar o pensamento: Será que elas vão morrer? Alguém que elas amam vai morrer? Elas vão se arrepender desse momento?
Eu me sinto bem triste…
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Olhando para tudo, penso também se já chegou minha vez de perguntar aos ex-amigos e conhecidos – cada vez mais distantes: felizes com o governo psicopata que elegeram?
Que governante, em plena pandemia, demite o Ministro da Saúde, e causa stress com o Ministro da Justiça, cotado para sucedê-lo na Presidência, levando-o a se demitir?
Eu, que não gosto de Moro – que fique claro -, não consigo assimilar essa “fritura” em praça pública; seus apoiadores devem estar estarrecidos.
O Presidente contra a corrupção era uma fachada tão evidente que só não viu quem não quis: nesses dois anos, o que Bolsonaro fez de melhor foi se empenhar bravamente para proteger seus filhos – todos, ao que parece, cobertos de lama.
E tem Guedes prestes também a descer do Planalto – episódio que deve marcar a semana 6 (ou 7, 8…).
Enquanto isso, brasileiros seguem morrendo sob o manto de um Ministro sem qualquer noção do macro nacional sobre o coronavírus. E alguns brasileirinhos seguem pedindo a Ditadura – será que sabem o que isso significa de fato?
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A semana 5 também foi marcada pela notícia de que quatro pessoas de nossa família contraíram o vírus – duas delas assintomáticas, outra com sintomas médios, outra com sintomas um pouco mais severos. Todas isoladas em casa, esperando não precisar de atendimento hospitalar – o que também torcemos arduamente.
Por aqui, seguimos as recomendações da OMS – e depois que o Pão de Açúcar normalizou seu sistema de entrega, nem para compras estamos saindo -, com saudade do Ministro Mandetta e do tom suave e calmo que ele usava até para dar notícias ruins todo final de tarde, e, portanto, só posso finalizar com um pedido: SE VOCÊ PODE FICAR EM CASA, TRABALHAR DE CASA, FIQUE EM CASA!
Pessoas estão morrendo no mundo inteiro e tem gente glamourizando o momento porque está de saco cheio de ficar em casa. Acordem! Respeitem as pessoas que estão trabalhando, morrendo, perdendo familiares, amigos – pelo Brasil, pelo mundo, por toda parte!
Parem de ser imbecis! Parem de andar pelas ruas se você pode ficar em casa e trabalhar de casa! Proteja-se, mas se você não se importa consigo mesmo, proteja os outros!
Tenha empatia!!!
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