Mesmo que na juventude eu tenha trabalhado como assessora de um político durante as eleições, entendo pouco de política. Nunca fui engajada em diretórios estudantis e passei a me interessar um pouco pelo assunto nos últimos 17 anos – por causa do meu marido, que é expert no tema.
Mas não precisa ser entendido pra saber que Democracia não significa ficar na janela, de pantufas e chinelos de couro, batendo panelas (devidamente lavadas por empregadas), xingando o Presidente.
É tão mais e diferente disso, que tal atitude passa longe de um protesto legítimo – parece mais pirraça de adultos que não cresceram. E fica pior ainda quando os que se deram a esse disparate, são os privilegiados da educação privada, dos apartamentos de mais de um milhão de reais – equivalente a quantas casas populares? -, das viagens constantes a NY – só pra citar algumas regalias.
Parece que uma sociedade cega pelo ódio está perdendo a noção de todos os seus valores – além de padecer de criatividade. Sim, porque fariam melhor se dialogassem sobre propostas diferentes para o País ao invés de convocarem barulho e quebradeira.
Aliás, sempre que penso nos que pedem impeachment atualmente, me pergunto se sabem o que efetivamente isso significa – ouço um monte de gente dizer que “dai o Aécio assume.” (?!) Vamos recordar: Michel Temer, o vice, e o PMDB no poder. E se ele, por maldade e acordos, renunciar… Eduardo Cunha no Palácio do Planalto – se puder assumir. Se não, temos Renan Calheiros na sucessão.
Acho que estamos carecendo de discernimento entre protesto justo e atitudes bizarras, expondo uma passionalidade que não cabe na política. Regredimos quando transformamos adversários políticos em inimigos – inclusive dividindo famílias e destruindo amizades. A raiva não cabe no processo democrático – e muito menos na construção do Brasil que todos desejamos.
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