Não era possível colocar em palavras o que sentia – se conseguisse, teria sido mais fácil. A tristeza da decepção deixava tudo em branco de repente, nem poesia, nem prosa, só silêncio. Arrumava por fora as palavras jogadas sem cuidado. Era preciso ocupar a mente para fazer de conta que tudo ficaria bem. Mas bastava um obstáculo para lembrar que certas coisas nunca mais encontram seu lugar. Depois da porta aberta deixou que fosse embora sua inocência; agora restava o gosto de não ser especial, não era a princesa do castelo, não era mais feliz para todo o sempre. Precisava ser forte: ninguém iria estar do seu lado para lhe dizer o que fazer da vida que tinha escolhido.
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