Como era Dia de Finados, foi ao cemitério dar um “alô” no túmulo do pai, dos avós, da amiga de infância, do primeiro namorado. Vai deixando duas rosas brancas para cada um, sem choro nem vela – só saudade -, e passeia entre as lápides andando devagar, recolhendo um tanto de tristeza. No silêncio da tarde, senta um pouco sob a árvore, aos pés de onde descansa o pai, e recorda com doçura de seus brilhantes olhos verdes, do riso fácil, a mania de assobiar. Lembra dos Domingos ensolarados no clube, dos churrascos, das festas, do carnaval – tempo em que a alegria corria solta pelos cantos da vida e ninguém divisava um futuro de ausências. A lágrima quente escorreu sem que ela se desse conta e, de novo, aquela dor inconformada lhe tirava o ar e comprimia o peito.
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