Ela era uma mulher magra e pequena. Na noite clara de lua cheia, em pé nas rochas escorregadias à beira-mar, equilibrava-se com dificuldade a cada vez que as águas lhe beijavam os pés. Na faixa de areia da praia algumas pessoas caminhavam. O murmúrio das ondas abafavam os ruídos de uma cidade que parecia mais distante do que estava. Ela olhou para o céu negro estrelado em busca de respostas, mesmo sabendo que dali só silêncio: não havia a quem recorrer. Suspirou cansada. Na linha do horizonte, fixou-se no limite imperceptível onde mar e céu se juntam. A decisão parecia simples: voltar para casa e enfrentar seus descaminhos ou saltar para o abraço profundo do azul marinho tinto. Descansar… Olhou mais uma vez para o céu e pensou que gostaria muito que ali existisse alguém que lhe dissesse algo que pudesse acalentá-la. Mas a única voz que ouvia era o batimento fraco de seu coração doído.
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