Ensaiara soltar-se dos braços dela com a convicção de quando dramatizava a si próprio. As palavras de ordem para enfrentar a vida cresciam, de forma inexplicável, pelos arredores. Os rumores ameaçavam quem não reunisse coragem para oferecer a outra face… Aqueles que não arriscassem encará-la, não conseguiriam sequer respirar, propagava-se. Relutava: se tudo é sempre retorno e passagem nestes cenários temporais de realidades outras sem limites; se o mundo aqui é calçada para pequenos trajetos de retirantes da estiagem do não saber quem somos, por que não se desgarrar? O grande homem X simulava, escrevia páginas e páginas de um sonho de si mesmo, para evitá-la. O grande homem Y simulava, poupava-se dela, bêbado, masturbando-se à luz do dia. O grande homem Z simulava, também a evitava colecionando orquídeas. O pequeno homem simulou até ali. Soltou-se, na segunda tentativa, dos braços dela, sem drama, munido apenas de corda num camafeu.
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