ARTE REFLEXÃ0

A R T E PARA SER MAIS FELIZ

Heloísa Reis
Heloísa Reis

A R T E  – preenchimento do vazio

“ Um feitio sem forma, uma sombra sem cor, 
Força paralisada, gesto sem movimento”  [T.S.Elliot  “O Homem Oco”]

Assim como muitos  de nós buscamos  sentido na existência humana, outros se esforçam por fugir, culpando  guerras, alterações econômicas, mudanças político/sociais como “pseudo-explicações” para o angustiante sentimento de vazio que  o homem carrega em seu íntimo.

Ocorre que esse vazio causa angústia, incômodo e  uma certa aversão aos que  desejam viver suas vidas sem ter que necessariamente  perguntarem-se  sobre o sentido delas.

Mal-estar  provocado por razões muito mais profundas do que se imagina,  pode ser atribuído a  muitos significados inconscientes que levam a inúmeros  comportamentos de esquiva.

A fuga representa uma não aceitação, uma dificuldade de encarar  fatos tais como  realmente são, gerando a necessidade de preencher o tempo – e, por que não, o vazio – com coisas rotineiras, deixando a dinâmica do cotidiano guiar nossas vidas. Assim muitos vivem  anestesiados, entorpecidos pelo dia-a-dia, numa sucessão de eventos que muitas vezes lhes parecem insignificantes.

Neste ponto  temos duas escolhas: ou entramos no vazio existencial  começando um processo firme e sem-retorno de  autoconhecimento verdadeiro e autêntico,  ou decidimos  fugir de todas as formas e a todo instante da sensação de falta de significado das coisas.

Salvador Dali, Dance

Tornar-se pessoa feliz é um empreendimento. E a arte é um valioso instrumento para isso. Observar-se uma obra de Turner, Picasso, Van Gogh ou Ligia Clark leva a um estado de interrogações múltiplas: Como pode o artista ter essa idéia? Como a executou? Porque escolheu essas cores?… O mais profundo sentimento de horror, prazer ou fruição pode ser atingido, trazendo enormes benefícios sensoriais.

Fazer Arte então é buscar os requintes da auto percepção e da vida. É aprofundar a autoconsciência e a consciência do entorno  que levam inexoravelmente à experiência do próprio “eu”, do “Eu-ativo”, sujeito do que acontece e da própria vida.

Assim, podemos ficar com a frase de Kahlil Gibran na mente, ao nela plantarmos a sementinha da vontade de nos expressarmos através das mil modalidades que Arte Contemporânea nos apresenta.

“A arte é um passo do que é óbvio e familiar na direção do que é misterioso e oculto.

Heloísa Reis
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Heloísa Reis

Heloísa Reis

Artista de algumas modalidades e muitos interesses. Mora na Granja Viana e atua junto à sua comunidade em grupos de caráter sócio cultural e ecológico. Participa do Grupo ArteJunto e é colunista da publicação digital/regional Jornal D’Aqui.