Ele tenta se concentrar, esvaziar a alma, soltar as amarras e amarguras. Mas pensa na Morte, essa Senhora absoluta que passeia pelos cantos, rondando, todo tempo à espreita. Pensa na Vida, uma estrada muitas vezes sem sentido, cheia de atalhos que não levam a nenhum lugar. Acha complicado viver. Sente seu peito carregado, meio que suspenso no passado, envolto em névoas: está apaixonado por uma mulher que é um pouco Bruxa e um pouco Fada, Sedução e Pureza, parte Humana e metade Anjo. Uma mulher que se divide em muitas e cavalga o mundo sem criar vínculos, sem fixar espaços, nem alimentar esperanças. Seu coração é um caçador sem limites. Ela arruma as malas, faz planos, sorri feliz da liberdade que acalenta. E sua melancolia aumenta. Ele tenta segurar o tempo, parar o ritmo das horas, conter os minutos. E pensa que ela pode acreditar que parte, mas engana-se: está cravada em sua pele, em suas entranhas e será sempre sua mesmo que se perca nas distâncias.
| Débora Böttcher |
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