Ao se alimentar com leite materno até os seis meses de vida, o bebê estará em contato com aromas e sabores diferentes – já que o sabor do leite varia de acordo com o que a mãe da criança come (fato que não acontece em crianças que tomam fórmula, já que este alimento tem sempre o mesmo gosto). Para estudos, este é um diferencial que pode influenciar os hábitos alimentares da criança ao longo de seu crescimento – ou seja, os bebês que não mamam no peito apresentam maior dificuldade em aceitar novos alimentos (como legumes e verduras) em relação aos que se alimentam do leite materno.
Mas apesar do que dizem os pesquisadores, qualquer criança pode fazer cara feia para um alimento novo. Logo, é papel dos pais priorizar alimentos naturais e saudáveis dentro de casa, não ligando para qualquer tipo de contrariedade dos pequenos. Desde cedo, portanto, é preciso doutrinar a alimentação. Na fase em que se começa a introduzir alimentos sólidos, é importante dar preferência aos naturais, sem excesso de sal e açúcar, para que a criança desenvolva o paladar a partir do conhecimento dos sabores básicos.
Se você não fez dessa forma, pode pensar que será impossível introduzir alimentos saudáveis – já que macarrão com salsicha é muito mais atrativo do que arroz, feijão, salada, carne moída e abobrinha. Mas sempre é tempo de mudar e essas dicas para fazer a criança aceitar novidades à mesa, podem ajudar.
:. Primeiramente, converse com a criança (quanto mais novas, mais abertas à influência dos pais): diga que os alimentos “verdes” – ou aquela salada colorida – são importantes para que fiquem fortes.
:. Leve a criança à feira e ao mercado: mostre os alimentos e deixe-a ajudar a escolher. Em casa, chame-a para ajudar no preparo, sempre com supervisão: lavando os alimentos, ajudando a preparar o suco da família – e aí você pode aproveitar para falar das vitaminas das frutas e legumes.
:. Para as crianças menores, a alimentação pode significar diversão. Um exemplo é preparar frutas, legumes e verduras em formatos de bichos ou outros objetos. Consequentemente, a criança brincará com a comida, mas também vai comer.
:. Você pode combinar que ela irá experimentar um alimento novo por semana – não precisa ser todos os dias. E caso a criança não queira comer o que tem à mesa, explique que ela terá que esperar até a próxima refeição principal para comer algum outro alimento – não dê sobremesa nem outro tipo de guloseima nesse intervalo: é importante salientar que a criança é esperta e sabe que se não comer algo que não quer, os pais oferecerão uma mamadeira ou outro tipo de alimento por medo de que a criança passe fome ou por serem sensíveis. Portanto, um pouco de dureza não fará mal: eles não morrerão de fome.
:. Imponha limites a doces ou alimentos gordurosos a uma vez por semana, mas faça concessões – se a criança tem um aniversário no meio da semana, não é necessário privá-la. Também não force a criança a comer grandes quantidades de alimentos considerados naturais e saudáveis. O prato cheio de alimentos novos pode desanimar e também frustrar a criança. Desta forma, ela passará a ignorar ainda mais os alimentos que pensa não gostar.
:. Você também pode camuflar alimentos – por exemplo, faça um bolo de cenoura ao invés de oferecer a cenoura cozida; misture brócolis bem picadinho ao arroz; coloque um tomate picadinho no tempero do feijão. Não tem problema comer alguns legumes cozidos em vez de crus – há uma perda nutricional, sim, mas é bastante pequena e ainda assim vale a pena.
:. Não é preciso também retirar alimentos do cardápio radicalmente. Uma boa estratégia é substituir o nuget por peito de frango em uma refeição, depois em duas, e gradativamente fazendo o produto industrializado desaparecer.
A aceitação de novos alimentos pode ser lenta, mas devagar a criança passa a compreender que só experimentando é que descobre-se novos sabores, e que antes de dizer “não gosto”, ela precisa provar.
Fonte: Revista Viva Saúde
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