Procuravam moças que amassem o Balé, que quisessem viver por essa arte. A moça ganharia uma bolsa para estudar na melhor escola de dança do país. Aquele era o sonho da senhora de preto: sempre quis ser bailarina, brilhar debaixo de holofotes, rodopiando com passos precisos, leves e clássicos. Ah!, mas o tempo corroeu seus dias e seus pais corroeram as oportunidades que o tempo lhe dava, e por isso não podia competir por aquela bolsa. Mas… sua filha podia! E espelhou-se na moça para concorrer àquela oportunidade… A menina saiu da sala de testes, sentou ao seu lado: “Não fui aprovada; os júris disseram que eu não tenho o espírito da dança e que pareço fazer os movimentos forçada…” Desamarrando a sapatilha de ponta, completou: “Incrível como os júris são adivinhões, não, mãe? Agora que já tentei o seu sonho, posso tentar os meus…”
| Evilanne Brandão |
Waiting – Edgar Degas |
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