TEMPO

Ele estava certo. O problema não era ela. Quando ele chegou no Convento buscando uma moça para casar, ela nem pensava em ter uma família, simplesmente havia aceitado que o mundo dela era solitário. Muito jovem ainda, acabara de completar 15 anos. Achou que seria muito bom ter companhia e aceitou a corte. Namoraram até que o sentimento começou a brotar nos dois. Será que era amor verdadeiro? Tantos casamentos eram arranjados do mesmo modo que parecia normal. Era como sua neta quando ia ao shopping para escolher uma blusa. De repente parava em frente a uma vitrine e declarava com olhinhos de suplica: “Estou apaixonada vovó!” Não, nunca fora um problema para ninguém, sempre cuidou de tudo e de todos sem questionar a própria sorte. Se a vida a levara até ali, com certeza não era para lhe dizer que era um “problema”. Olhou nos olhos dele bem decidida e declarou: “Seja feliz!”