Naquela manhã comum em que ligaram avisando do acidente, ela permaneceu serena, e nem quando solicitaram dirigir-se ao hospital cogitou um desfecho trágico. O filho era um motoqueiro hábil e cuidadoso, e isso acalentava sua calma: ele não deixaria algo grave lhe acontecer. Quando o médico a levou para vê-lo, ela notou o pequeno arranhão numa das mãos e um mínimo corte na testa. No caminho para casa, avisou ao marido que o menino ia se demorar mais do que o previsto na viagem de trabalho e enviou uma mensagem à namorada: ele não iria à Faculdade naquela noite. No quarto dele, procurou no guarda-roupa o traje que usaria na formatura, dali a dez dias. Então encolheu-se na cama, ainda desarrumada, e chorou acreditando estar num sonho ruim.
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