Naquele dia em que eles falaram sobre o divórcio, imperou a calma, a camaradagem e o bom senso: sete anos depois de uma relação feliz, eles seguiriam caminhos paralelos. Ficou combinado que ele ficaria com o apartamento e ela com a casa de praia; cada um com seu salário e carro; ela falaria com a advogada e se mudaria na próxima semana; enquanto isso, dormiria no quarto de hóspedes. Três dias depois, quando ela chegou com a papelada, ele anunciou que não queria mais separar-se. Discutiram. Pela manhã, ele preparou o café e a mesa com frutas e flores; ela saiu apressada e sem fome. À noite, sentaram-se para nova conversa. Foi de repente que ela sentiu seu corpo tombar no sofá, depois no chão, a cabeça batendo com força, a boca sangrar, tudo escurecer. A história de amor e paixão acabava assim – no hospital, na prisão, no susto incrédulo do medo. E na dor silenciosa que se tatuou na sua pele.
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