Tem um cachorro que o observa triste e dorme ao pé da cama. Uma máquina de escrever cuja tecla “A” não funciona. Tem uma porção de porta-retratos com fotos de pessoas que já esqueceu, além de um sem número de bibelôs de países que nunca visitou. Na estante descansam vários livros que não leu e é no fundo das gavetas da cômoda que se escondem todas as poesias que escreveu. Tem uma namorada que mesmo quando se despe nunca fica nua – além de uma saudade, que não cabe em si, do primeiro amor. Da janela do quarto, tem uma visão privilegiada da rua: dali observa o vai e vem do dia com uma estranha amargura lhe tatuando a alma num desenho de dor sem fim. Tem uma mente que nunca descansa e uma vontade louca de sumir.
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