Tinha síndrome de caranguejo: voltava sempre para a ex-mulher. Mas cada volta, cheia de mimos, beijos e promessas, durava o tempo exato dele perceber que o erro recorrente o fazia cada vez mais infeliz. E repetia-se o círculo vicioso de brigas, ataques passionais, novos traumas às crianças, malas no carro: mais um tempo perambulando em flats, transitando por amores leves e sem compromisso – até ela acampar em seu caminho, implorar a volta e tudo recomeçar: uma vida com script traçado por um relacionamento ioiô. Mas foi numa manhã clara de sol, na mesa do café, que ele desconheceu totalmente a mulher ao seu lado. Um flash de todos os anos que passaram juntos e separados, numa eterna dança de sedução e rancor, atravessou-lhe o peito feito lança: as recordações partiram-lhe em pedaços e ele entendeu que para ser inteiro precisava de uma paz que aquela relação nunca lhe daria. E, finalmente, descobriu que o amor era bem mais vasto…
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