O pai era ateu, mas defendia que as crianças deveriam conhecer todas as religiões para decidirem sozinhas se Deus existia ou não. Já a mãe, frequentava várias denominações tentando descobrir onde Deus melhor atendia às súplicas. Por desencargo, a filha mais velha foi matriculada num Colégio de freiras e, apaixonada pelas Santas, sorvia o que podia das divindades nas aulas na Capela. O filho do meio nunca se atrelou a crenças e, se Deus efetivamente existia ou não, julgava que só ia saber após a morte. O caçula demorou para pensar no assunto, mas quando o fez tornou-se um Padre devoto, abraçando a causa de espalhar os desígnios por toda parte, numa vida quase franciscana. E foi quando a primogênita fez quinze anos que, num súbito clarão de discernimento, decidiu que a existência de Deus era mais um alento que uma verdade. Dali pra frente, as Santas passaram a ser lúdicas personagens de lendas, mas mesmo assim ela não conseguia deixar de se enternecer com seus milagres inventados.
| Débora Böttcher |
Basílica de Santa Cruz Florença, Itália |
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